quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

        Acordou aos poucos com uma voz uma voz insistente chamando seu nome, demorou pra chegar a realidade novamente. Já eram onze horas da manhã, mas o corpo ainda se sentia cansado devido as poucas horas de sono. Passara a madrugada lendo um de seus romances água-com-açúcar, aqueles que ela, após a primeira página, não conseguia largar até terminar a última. Talvez por isso ela tenha sonhado aquelas coisas tão estranhas, pra ela com certeza eram estranhas. Sonhara com aquele homem tão frustrante, aqueles olhos nublados, escuros, que pareciam ver tudo que existia dentro dela, aquele corpo esguio, forte, aquela estrutura decidida e aquela cara de quem não perde uma chance para zombar de algo, tinha cabelos claros que deixara crescer um pouco mais do que o necessário e que dava a ele um ar desleixado. 
        Aquilo mais do que confundiu a cabeça dela, como podia existir alguém assim? Um conjunto de tudo que ela havia visto antes, de tudo que ela havia tocado antes, e para adicionar algo mais em sua confusão, ele a queria, ela sabia disso, sentia isso, mas o que era uma confusão para ela era simples, muito simples para ele. Ele dizia que precisava dela, que por algum motivo eles tinham que ficar juntos. Sei lá, talvez existisse algo que os envolvesse e os deixassem preso naquela situação, magia quem sabe?
        Ela não sabia responder isso, só sabia que não podia deixar de se entregar, só sabia que pela primeira vez em sua vida ela viveria uma paixão devastadora, ela sabia que quando ele a tocava ela tremia toda por dentro, sabia que quando seus lábios se chocavam ela se derretia em seus braços e esquecia de tudo que havia a sua volta. Ela não acreditava que o amor fosse algo tão bonito algo tão mágico quando  aquilo tudo, e ela sabia, por Deus, ela tinha certeza de que aquilo era amor e que tudo o que ela havia passado até agora tinha algum motivo.
         Mas então aquela voz que a chamava e que conhecia tão bem foi se tornando cada vez mais nítida em sua cabeça, ela acordou praguejando, desejando tudo aquilo que havia sonhado. Se debateu na cama, revirou-se, não conseguia mais dormir. Então, levantou-se, pegou seu livro que havia deixado na sua cabeceira na noite anterior e o guardou em seu armário,  chingando ligou seu computador, frustrada por sua colega de quarto a ter acordado tão grosseiramente, começou a escrever, escrever era tudo que ela precisava. Escrever era sua vida, ela necessitava daquilo diariamente, era a única atividade que a deixava em paz, que trazia tranquilidade quando estava em guerra consigo mesma, que a deixava triste e ao mesmo tempo feliz, era a única coisa que podia fazer para que se sentisse completa. Passou a tarde escrevendo seu livro que ninguém sabia que existia, e nem saberiam, nem ao menos almoçou. Estava em nervos em frente ao computador, tinha fome, mas sua mente sempre a lembrava que teria que sair de casa para comprar algo para o almoço. Decidiu então fazer esse pequeno esforço, passou pelo parque pensando em seu longo sonho e no que aquilo significava, parou em uma lanchonete e decidiu comer algo ali mesmo. No caminho de casa passou em uma pequena livraria para repor seu estoque de livros, adorava aqueles pequenos livros que ficavam lá no canto da estante, escondidos, adorava admirar a obra de um autor desconhecido pela maioria das pessoas, isso sempre a fazia pensar em como o mundo era enorme e em como tinha milhares de maneiras de se escrever, de se transmitir o que desejava, e que nenhuma delas era insignificante. Adorava ler livros desconhecidos porque sempre achava que aquele livro era único e que era sortuda demais para tê-lo em suas mãos. Voltou então com as mãos cheias do que mais gostava, se trancou em seu quarto e se preparou para mais uma jornada de sublime satisfação. Ao final, deixou mais um de seus terminados livros na mesinha de cabeceira, se revirou na cama com sono, fechou os olhos e se preparou para mais um capítulo daquele sonho irresistível e inesquecível. 
-T.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012




"Alguns dizem que o amor é um rio. Alguns dizem que o amor é uma música boba. Alguns dizem que o amor está ao nosso redor. Nos eleva para onde pertencemos. Alguns dizem que o amor é ouvir risadas durante a chuva. Mas aqui todos sabemos que amor é sofrimento."
-Gossip Girl.