domingo, 7 de outubro de 2012


Eles se amam. Todo mundo sabe mas ninguém acredita. Não conseguem ficar juntos. Simples. Complexo. Quase impossivel. Ele continua vivendo sua vidinha idealizada e ela continua idealizando sua vidinha. Alguns dizem que isso jamais daria certo. Outros dizem que foram feitos um para o outro. Eles preferem não dizer nada. Preferem meias palavras e milhares de coisas não ditas. Ela quer atitudes, ele quer ela. Todas as noites ela pensa nele, e todas as manhãs ele pensa nela. E assim vão vivendo até quando a vontade de estar com o outro for maior do que os outros. Enquanto o mundo vive lá fora, dentro de cada um tem um pedaço do outro. E mesmo sorrindo por ai, cada um sabe a falta que o outro faz. Nunca mais se viram, nunca mais se tocaram e nunca mais serão os mesmos. É fácil porque os dias passam rápidos demais, é dificil porque o sentimento fica, vai ficando e permanece dentro deles. E todos os dias eles se perguntam o que fazer. E imaginam os abraços, as noites com dores nas costas esquecidas pelo primeiro sorriso do outro. E que no momento certo se reencontrem e que nada, nada seja por acaso.

Tati Bernardes


A cada dia a necessidade de ter você aumenta. Não sei ao certo o porque, isso é errado, é impossível, e é tão correto ao mesmo tempo. É algo que me consome durante o dia e a noite, é algo que está gravado em mim e não consigo apagar nem com o melhor corretivo. É  um desejo, desejo de te tocar, de poder ouvir sua voz pertinho de mim, de poder te irritar e ver sua reação, de sentir seu cheiro, de te ver sorrir...é um desejo de ter você pra mim, só pra mim, é o desejo mais egoísta do mundo eu sei...mas é a pura verdade.
Depois de tudo, essas coisas ficaram gravadas na minha mente, e relembra-las só faz aumentar minha necessidade de você, porque você ...bem, é simplesmente você.
T.


Queria poder dizer bonitas palavras, mas somente o que eu tenho por agora é dor, aquela dorzinha irritante no fundo do estomago que faz você lembrar que você não se encaixa em lugar nenhum, é aquela leve impressão que por tudo que você faça nada irá ser bom o suficiente. É aquela sensação de estar no chão e bem longe de conseguir se levantar...é simplesmente tudo aquilo que te deixa vazia.
T.

sábado, 6 de outubro de 2012


-Droga!
Xinguei em voz alta ao ver onde meus pés estavam me levando... porque tudo tinha que me puxar até você? Droga! Droga! Droga!
Logo agora quando minha mente estava distraída meus pés me levaram por este caminho inevitável: sua casa, que estava há alguns metros...Droga! Droga! Droga! Porque tinha que parar logo ali? Há uma distância tão pequena de você. Eu sabia que não iria aguentar por muito tempo...eu sempre volto não volto? Sou sempre essa idiota que volta pro que nunca me pertenceu...eu sempre retorno pedindo desculpas pelo que nem fiz, pedindo pra você voltar pra mim, pra não parar de me mimar, pra não parar de sorrir ao me ver...pra não parar de ser meu. E eu sempre achava que devia ter mais orgulho, esperar você correr atrás mas inevitavelmente era sempre eu que acabava voltando. Sempre.
 Tento então resgatar o pingo de orgulho que ainda resta em mim e me virar para ir embora, quando chego a esquina, escuto uma voz me chamando...
- KATE!
Ah não! Reconheço muito bem essa voz...é aquela! Aquela que me fez entrar em delírio por várias vezes, aquela por quem eu me apaixonei... aquela que ocasionalmente me arrepiou da cabeça aos pés.
"Cadê meu orgulho agora, hein? Cadê? Cadê? "
Minha mente batalha entre correr... correr pra bem longe daqueles braços fortes e aconchegantes ou correr em direção a eles.
Me viro então, escondendo meu coração descompassado, minha mente embaralhada e meu corpo sedento por você, vejo seus olhos nublados tentando me dizer algo.
- Porque você está aqui?
Olho pra ele, mas não consigo sustentar meu olhar, maldito coração, maldito olhar que mostra tudo o que sinto por ele. Ao menos posso falar a verdade afinal...
- Não sei.
-Ah, fala serio Kate, vai dizer que você veio aqui sem querer, que simplesmente veio parar do lado da minha casa por nada?
Vejo como isso tudo é uma grande ironia, que nem ele mesmo acreditaria.
- Exatamente.
- E você quer que eu acredite nisso?
Viu? Falei que nem mesmo ele acreditaria.
- Olha, não tenho a minima ideia de como vim parar aqui, ok garoto? Realmente não sei, e nem quero saber, porque não deveria nem estar aqui e por isso que na verdade estou indo embora agora mesmo.
Me viro desesperada pra escapar daquilo tudo, pra fugir que tudo que voltou a tona novamente, não quero discutir, não quero brigar, só quero minha vida tranquila de novo, como antes de conhecer ele, é pedir demais?
Então sinto a mão dele no meu braço me puxando, ele me vira, me puxa mais, até que estamos tão perto que dá pra sentir a respiração dele no meu rosto e então ele diz, só uma palavrinha, só uma que pode me destruir pro resto da semana todinha.
- Fica.
Olho pra ele, pros seus olhos totalmente verdes e suplicantes. Não sei exatamente o que fazer, todo o meu corpo pede pra ficar, pra ficar só mais uma vez, pede seu corpo em cima, embaixo, do lado, em qualquer lugar, só junto com o meu...mas o problema é que o resto da sanidade que ainda me resta me diz totalmente o contrario, me diz pra correr pra bem longe, pra não aceitar aquilo tudo, afinal, amanhã quem não vai mais estar ali é ele.
- Luc...
- Fica, por favor...
Aí ele acaba com aquele pingo de sanidade que estava me convencendo do contrario e a unica coisa que ele faz pra isso é...me beijar.
Ele simplesmente coloca suas mãos no meu pescoço, e se aproxima, me dando tempo suficiente pra escapar, mas é claro que já é tarde demais para isso. Quando sinto o toque de sua boca já é tarde demais para qualquer coisa, para correr, para pensar, para tudo que não seja sentir aquela boca na minha. E sinto, oh como sinto, sinto minhas pernas fraquejarem, sinto todo o meu corpo pegar fogo, sinto meu coração querendo sair pela boca e passar para ele, afinal qual é a diferença? Meu coração já é dele mesmo.
- Kate...
- Hum?
Sinto dificuldades em colocar em ordem qualquer coisa na minha cabeça, neste exato momento.
- Você vai ficar?
Ele diz isso sinto olhando para mim, com aquele seu olhar, aquele que se ele pedisse pra alguém se jogar de uma ponte, ela não negaria absolutamente. Isso vem junto com aquele seu leve sorriso, de quem ri de alguma piada interna. E depois pra piorar a situação arrasta sua mão para debaixo da minha blusa, me impedindo de negar qualquer coisa, definitivamente.
Eu não respondo, pego sua mão e o levo pra dentro de casa.
Deixe que o destino decida por nós.
-T.


Você anda me tirando o sossego ultimamente. Você, logo você que sempre me deu tanta tranquilidade, agora virou confusão, pura e simples confusão. Logo você que sempre tava lá comigo me dando a certeza de tudo que eu tinha que fazer, agora é minha própria incerteza...Logo você que é meu maior segredo, minha melhor lembrança, meu maior medo, é minha nostalgia...E agora, além de tudo, virou dor, a única coisa que eu achei que nunca iria virar...dor. É, eu sei, não é sua culpa, não estou te culpando, na verdade eu me culpo, me culpo por te amar demais, por ter me deixado te amar assim, por pensar naqueles dias como um sonho e principalmente por não saber o que fazer com tudo isso.
-T.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

As vezes a vida te surpreende sabe. Sei lá, só te surpreende, ela te dá tudo, te dá risos, te dá alegria, te seus amigos em um dia parque, teus pais do teu lado...e no outro tá lá, te derrubando no chão de novo. As vezes juro que não entendo, não entendo mesmo. Essa loucura toda de você ter que provar para si mesma que é forte pra se levantar de qualquer tropeço, porque isso? Acho que as vezes a gente tem que realmente cair quem sabe, as vezes, umas vez ou outra, pra aprender a batalhar e se levantar, pra poder lutar pelas tuas convicções...afinal uma vida no pedestal seria mesmo umas chatisse não é?
-T.

quinta-feira, 7 de junho de 2012


É difícil  não estar preparada para o que o mundo lhe reserva, é difícil não saber seu futuro, é difícil saber que as pessoas se vão, que nem tudo é como você espera, que num dia você pode estar rindo a toa e no outro o céu pode desabar a sua cabeça. É difícil não saber em que acreditar, para onde seguir, é difícil estar perdida e é difícil se achar...porque quando tudo se encaixa, algo fica vazio.
-T.

 Solidão. Desesperança. Medo.
E o que fazer quando tudo isso a rodeia? Quando a solidão não ha agrada mais, quando ela virá má companhia? E quando a desesperança toma conta, quando você não sabe mais em que acreditar e em quem confiar? E quando o medo a confunde, quando o medo te desespera, quando ele lhe deixa sem ter para onde seguir?
Há muito medo na valentia...ha muito desespero na segurança...ha muita solidão na multidão...

Ha muitas perguntas nas respostas.
-T.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012



"Confesso que tenho uma certa queda por sotaques".





Néé!

  E eu estava lá de novo, no nosso lugar preferido, ou ao menos era antes de tudo isto acontecer, antes de eu não poder dormir um único dia sem pensar em você, antes de quando meu choro era por machucados externos e não no coração. E agora eu estava lá me martirizando por você de novo, eu pensava em como tudo isso foi acabar assim, em como eu e você nos auto destruímos, em como nossa incrível amizade foi se transformar nessas terríveis migalhas de atenção que um espera receber do outro. Eu queria que tudo isso não tivesse acontecido desse jeito, eu queria que naquele dia você não me deixasse partir tão cedo, que você ao menos segurasse minha mão e falasse que tudo valeu a pena porque foi por mim e me pedisse pra ficar, mas você só partiu deixando toda essa dor imensa que eu não sabia que podia existir, agora ela me perturba todos os dias, todos os infelizes 85 dias que passei sozinha desde que partiu. Agora você é algo dentro de mim que me tortura e me dói todas as vezes que te olho e sei que não posso tocar em você, todas as vezes que você foge deixando apenas as frações de amor que você consegue compartilhar, me deixando apenas com aquela esperança de que algum dia nos ainda vamos ser. Será que um dia você irá deixar de partir?
  E eu estava de novo naquele lugar. Naquele bar horrível que nos conhecemos,  onde estavamos afogando nossas magoas e que não sei porque cargas d'água fomos trocar nossas primeiras palavras, nosso primeiro olhar, aquilo foi o começo de uma grande ruína. Mas como toda ruína, aquilo também foi algo bonito e resistente até você decidir que tudo que eu tinha a te oferecer não era o bastante para você. E depois...você voltou, várias vezes, provando pra gente que tudo sempre iria dar errado mas que mesmo assim, mesmo sabendo que no final você partiria, eu tinha uma certeza dentro de mim que poderiamos ser. E agora essa certeza já tinha quase se extinguido, depois de você partir de novo e levar contigo toda a minha esperança, toda essa minha certeza. Por isso eu estava ali de novo, tentando recuperar alguma partícula de esperança que você tenha deixado em mim...
 - Pensando muito, Kate? - Uma mão encosta em meu ombro e sinto arrepios por todo o meu corpo, nem preciso me virar para ter a certeza que é você, só você consegue essa reação de mim, e é incrível como isso nunca passa como se algo dentro de mim realmente acreditasse que vale a pena preservar algumas coisas.
- Eu nunca paro paro de pensar...
Eu estava mentindo, e você sabia disso. Porque você me conhece, acredita que é assim quando estou contigo, que meu cérebro simplesmente não funciona, que não consigo pensar em nada com você do lado, que minhas razões, meus sentidos não são muito coerentes. Na verdade não são nada coerentes.
Então você me olha, como que me escaneando, vendo como estava tudo que você deixou pra trás.  E você dá aquele seu sorriso, aquele sorriso de lado que diz que gosta do que está vendo,  e então eu sinto meu coração doer novamente. 
 -  Porque você está aqui ? - Ele me pergunta se sentando no banco ao meu lado- Pelo que me lembre você não era muito de gostar desses lugares.
 - Você se foi faz muito tempo...as pessoas mudam.
 ( Silêncio)
Olho para minha bebida, pensando no porque de tudo isso estar acontecendo agora. E ainda precisava dele, não sei porque mas eu ainda necessitava do seu toque, da sua voz sussurrando a noite no meu ouvido, precisa do sua mão na minha...agora.
- E porque você está aqui, Henrique?
Ele olha pra porta, pensando que talvez ele não deveria nunca ter entrado ali de novo, deveria ter fugido do desejo que teve ao vê-la lá sentada ali.
- Por você...
- Não. É por você, sempre foi só por você. Nunca fui eu, você sempre me procura só porque a sua necessidade te enlouquece e quando ela se ameniza um pouco, você foge.
- Se você soubesse... - Você diz em sussurro quase inaudível.
- Olha, Henrique,  eu precisei tanto de você, eu sempre precisei... mas você nunca estava lá. E depois de tantas idas e vindas, toda vez que você resolve dar o ar de sua presença, sabe, parece que a distância nunca existiu. Mas você sempre a acha de volta e eu fico lá chorando por você, necessitando você...então chega uma hora em que a gente desiste. E a minha já chegou.
Você olha para mim, não está mais sorrindo, você percebe que não vai ser tão fácil dessa vez.
 - Sabe, as vezes eu fico pensando... você leva a vida com rédeas curtas.
 - E o que isso quer dizer?
 - Que tem medo daquilo que não consegue controlar. E nós somos exatamente isso, somos irracionais juntos, não conseguimos controlar tudo que vem a tona quando ficamos perto o suficiente um do outro, e talvez por isso não dê certo, ou talvez por isso dê. Quem sabe não é a gente que foge disso tudo. Quem sabe a gente devesse simplesmente parar de fugir.
 Ele arrasta sua mão pelo balcão e pega minha mão, entrelaçando nossos dedos. Olho para aquilo e começo a acreditar de novo. Porque uma só vez na vida eu não posso ser feliz, eu não posso arriscar sem pensar nas consequências, porque eu não poderia me atirar nos braços dele agora e aproveitar os sorrisos enquanto eles existirem?
 - A gente foge disso tudo por um motivo, porque não é pra ser, Henrique.
 - Errado, a gente foge disso tudo porque a gente tem  medo de dar certo, medo de ser feliz, medo de nos perdemos um no outro...temos medo de de confirmarmos esse nosso próprio medo. 
 (Silêncio)
 - Henrique, porque você sempre tem que tornar as coisas tão difíceis?
 - Porque nada na vida é fácil, muito menos eu e você, nos somos várias coisas mas essa palavra: fácil, não é uma coisa da qual nos enquadramos.
 Pela primeira vez na noite concordamos em algo, fácil  não é uma palavra que nos define, fomos tudo, fomos ignorantes, fomos sádicos , fomos incompletos, fomos destroçados... só não fomos fácil. Talvez estivesse na hora...
 Você então se levanta, chega mais perto de mim, sinto o cheiro daquele seu perfume, aquele que me perturbava em todos os lugares em que percorria e olha nos meus olhos. Vejo seu seus olhos escuros percorrerem todo o meu rosto em busca de algo, paralisa seu olhar então na curva dos meus lábios, se inclina em minha direção, meu coração dispara, então você se desvia e sussurra em meu ouvido:
 - Dance comigo, Kate.
 Só então reparo em tudo a minha volta, nos casais dançando abraçados... e finalmente presto atenção na música...aquela música, a nossa música, a música que combinava perfeitamente com nos dois, que por algo inexplicável nos conectava. 
 Fomos arrastados pela música, minha mão pousava em seu ombro, enquanto a sua me puxava contra seu corpo, me empurrando cada vez mais pra perto. Ficamos então perdidos um no outro... com a canção que dizia:


...And in the night we`ll wish this never ends

 We`ll wish this never ends...

Talvez quem sabe tudo fosse fácil dessa vez... afinal.

-T.



       Eu vivo num mundo em que as pessoas exigem sinceridade mas espalham mentiras pelos 4 ventos, eu vivo em um mundo em que as pessoas se escondem atrás de ironias para se protegerem, eu vivo em um mundo em que as pessoas não tem mais coração...matam sem piedade, eu vivo em um mundo em que o amor é apenas uma palavrinha bonita que todos querem encontrar um dia, eu vivo em um mundo em que as pessoas não pensam antes de agir e depois acham que pedir desculpas resolve tudo, eu vivo em um mundo em que pessoas se machucam, se cortam, em um mundo onde pessoas tiram sua própria vida...vivo em um mundo onde viver sem dor é anormal. Vivo em um mundo onde ser correto é para os fracos, onde os ricos tem privilégios e aos pobres só restam suas prisões...vivo em um mundo onde a liberdade é apenas uma ilusão da humanidade, onde vários acham que mandam mas não sabem coordenar sua própria vida... vivo em um mundo onde a maioria dos pessoas já estão mortas por dentro e nem sabem.
Vivo em um mundo onde viver é impossível.
-T.


Saio do chuveiro com meu cabelo molhado, pego minha toalha automaticamente, nem ao menos reparo nos minhas mãos que percorrem meu corpo e chegam aos meus cabelos loiros...meus pensamentos estão longe, faço sem perceber uma viajem ao meu passado, vendo tudo que me levou até ali, faço uma inventario dos meus pequenos momentos, das minhas lágrimas abundantes, dos meus sorrisos incontroláveis, das minhas ironias, dos meus sarcasmos, dos meus amores imbecis... do meu eu incorrigível.
Atravesso o corredor  em direção ao meu quarto, coloco minha camisa velha de flanela e me enfio debaixo das cobertas...
E então eu pensamento corre rapidamente em direção a você e tudo em mim começa a doer em uma fração de segundos. Eu não acredito no que fiz comigo, no que fiz contigo... eu distanciei a coisa que mais importava pra mim. E porque ? 
Talvez seja por causa dessa mania idiota que eu tenho de provar pra mim mesma que eu posso suportar tudo, até mesmo a tua ausência e dor que ela provoca... 
Talvez seja para provar que eu ainda sinto algo aqui dentro, que eu ainda consigo sentir algo que não seja um vazio...
Eu não sei mais o que fazer. Essa saudade toda me corroí noite e dia, ela é insuportável,  ela me  persegue por todos os lugares... mas eu gosto dela, eu procuro por ela também... parecemos até duas pessoas que se repulsam mas que são atraídas diariamente por um imã imaginário que não sei porque tenho incerteza de chamar de amor.
Lembro então do seu sorriso, do seu sotaque, do seu toque na minha mão, dos seus lábios nos meus... e a saudade aperta mais forte todo o meu corpo. Sinto as lágrimas escaparem e escorrerem pelo meu rosto, nada mais posso fazer...
Parece que a saudade é a única coisa que me prende ainda à você.
-T.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

        Acordou aos poucos com uma voz uma voz insistente chamando seu nome, demorou pra chegar a realidade novamente. Já eram onze horas da manhã, mas o corpo ainda se sentia cansado devido as poucas horas de sono. Passara a madrugada lendo um de seus romances água-com-açúcar, aqueles que ela, após a primeira página, não conseguia largar até terminar a última. Talvez por isso ela tenha sonhado aquelas coisas tão estranhas, pra ela com certeza eram estranhas. Sonhara com aquele homem tão frustrante, aqueles olhos nublados, escuros, que pareciam ver tudo que existia dentro dela, aquele corpo esguio, forte, aquela estrutura decidida e aquela cara de quem não perde uma chance para zombar de algo, tinha cabelos claros que deixara crescer um pouco mais do que o necessário e que dava a ele um ar desleixado. 
        Aquilo mais do que confundiu a cabeça dela, como podia existir alguém assim? Um conjunto de tudo que ela havia visto antes, de tudo que ela havia tocado antes, e para adicionar algo mais em sua confusão, ele a queria, ela sabia disso, sentia isso, mas o que era uma confusão para ela era simples, muito simples para ele. Ele dizia que precisava dela, que por algum motivo eles tinham que ficar juntos. Sei lá, talvez existisse algo que os envolvesse e os deixassem preso naquela situação, magia quem sabe?
        Ela não sabia responder isso, só sabia que não podia deixar de se entregar, só sabia que pela primeira vez em sua vida ela viveria uma paixão devastadora, ela sabia que quando ele a tocava ela tremia toda por dentro, sabia que quando seus lábios se chocavam ela se derretia em seus braços e esquecia de tudo que havia a sua volta. Ela não acreditava que o amor fosse algo tão bonito algo tão mágico quando  aquilo tudo, e ela sabia, por Deus, ela tinha certeza de que aquilo era amor e que tudo o que ela havia passado até agora tinha algum motivo.
         Mas então aquela voz que a chamava e que conhecia tão bem foi se tornando cada vez mais nítida em sua cabeça, ela acordou praguejando, desejando tudo aquilo que havia sonhado. Se debateu na cama, revirou-se, não conseguia mais dormir. Então, levantou-se, pegou seu livro que havia deixado na sua cabeceira na noite anterior e o guardou em seu armário,  chingando ligou seu computador, frustrada por sua colega de quarto a ter acordado tão grosseiramente, começou a escrever, escrever era tudo que ela precisava. Escrever era sua vida, ela necessitava daquilo diariamente, era a única atividade que a deixava em paz, que trazia tranquilidade quando estava em guerra consigo mesma, que a deixava triste e ao mesmo tempo feliz, era a única coisa que podia fazer para que se sentisse completa. Passou a tarde escrevendo seu livro que ninguém sabia que existia, e nem saberiam, nem ao menos almoçou. Estava em nervos em frente ao computador, tinha fome, mas sua mente sempre a lembrava que teria que sair de casa para comprar algo para o almoço. Decidiu então fazer esse pequeno esforço, passou pelo parque pensando em seu longo sonho e no que aquilo significava, parou em uma lanchonete e decidiu comer algo ali mesmo. No caminho de casa passou em uma pequena livraria para repor seu estoque de livros, adorava aqueles pequenos livros que ficavam lá no canto da estante, escondidos, adorava admirar a obra de um autor desconhecido pela maioria das pessoas, isso sempre a fazia pensar em como o mundo era enorme e em como tinha milhares de maneiras de se escrever, de se transmitir o que desejava, e que nenhuma delas era insignificante. Adorava ler livros desconhecidos porque sempre achava que aquele livro era único e que era sortuda demais para tê-lo em suas mãos. Voltou então com as mãos cheias do que mais gostava, se trancou em seu quarto e se preparou para mais uma jornada de sublime satisfação. Ao final, deixou mais um de seus terminados livros na mesinha de cabeceira, se revirou na cama com sono, fechou os olhos e se preparou para mais um capítulo daquele sonho irresistível e inesquecível. 
-T.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012




"Alguns dizem que o amor é um rio. Alguns dizem que o amor é uma música boba. Alguns dizem que o amor está ao nosso redor. Nos eleva para onde pertencemos. Alguns dizem que o amor é ouvir risadas durante a chuva. Mas aqui todos sabemos que amor é sofrimento."
-Gossip Girl.