sábado, 6 de outubro de 2012


-Droga!
Xinguei em voz alta ao ver onde meus pés estavam me levando... porque tudo tinha que me puxar até você? Droga! Droga! Droga!
Logo agora quando minha mente estava distraída meus pés me levaram por este caminho inevitável: sua casa, que estava há alguns metros...Droga! Droga! Droga! Porque tinha que parar logo ali? Há uma distância tão pequena de você. Eu sabia que não iria aguentar por muito tempo...eu sempre volto não volto? Sou sempre essa idiota que volta pro que nunca me pertenceu...eu sempre retorno pedindo desculpas pelo que nem fiz, pedindo pra você voltar pra mim, pra não parar de me mimar, pra não parar de sorrir ao me ver...pra não parar de ser meu. E eu sempre achava que devia ter mais orgulho, esperar você correr atrás mas inevitavelmente era sempre eu que acabava voltando. Sempre.
 Tento então resgatar o pingo de orgulho que ainda resta em mim e me virar para ir embora, quando chego a esquina, escuto uma voz me chamando...
- KATE!
Ah não! Reconheço muito bem essa voz...é aquela! Aquela que me fez entrar em delírio por várias vezes, aquela por quem eu me apaixonei... aquela que ocasionalmente me arrepiou da cabeça aos pés.
"Cadê meu orgulho agora, hein? Cadê? Cadê? "
Minha mente batalha entre correr... correr pra bem longe daqueles braços fortes e aconchegantes ou correr em direção a eles.
Me viro então, escondendo meu coração descompassado, minha mente embaralhada e meu corpo sedento por você, vejo seus olhos nublados tentando me dizer algo.
- Porque você está aqui?
Olho pra ele, mas não consigo sustentar meu olhar, maldito coração, maldito olhar que mostra tudo o que sinto por ele. Ao menos posso falar a verdade afinal...
- Não sei.
-Ah, fala serio Kate, vai dizer que você veio aqui sem querer, que simplesmente veio parar do lado da minha casa por nada?
Vejo como isso tudo é uma grande ironia, que nem ele mesmo acreditaria.
- Exatamente.
- E você quer que eu acredite nisso?
Viu? Falei que nem mesmo ele acreditaria.
- Olha, não tenho a minima ideia de como vim parar aqui, ok garoto? Realmente não sei, e nem quero saber, porque não deveria nem estar aqui e por isso que na verdade estou indo embora agora mesmo.
Me viro desesperada pra escapar daquilo tudo, pra fugir que tudo que voltou a tona novamente, não quero discutir, não quero brigar, só quero minha vida tranquila de novo, como antes de conhecer ele, é pedir demais?
Então sinto a mão dele no meu braço me puxando, ele me vira, me puxa mais, até que estamos tão perto que dá pra sentir a respiração dele no meu rosto e então ele diz, só uma palavrinha, só uma que pode me destruir pro resto da semana todinha.
- Fica.
Olho pra ele, pros seus olhos totalmente verdes e suplicantes. Não sei exatamente o que fazer, todo o meu corpo pede pra ficar, pra ficar só mais uma vez, pede seu corpo em cima, embaixo, do lado, em qualquer lugar, só junto com o meu...mas o problema é que o resto da sanidade que ainda me resta me diz totalmente o contrario, me diz pra correr pra bem longe, pra não aceitar aquilo tudo, afinal, amanhã quem não vai mais estar ali é ele.
- Luc...
- Fica, por favor...
Aí ele acaba com aquele pingo de sanidade que estava me convencendo do contrario e a unica coisa que ele faz pra isso é...me beijar.
Ele simplesmente coloca suas mãos no meu pescoço, e se aproxima, me dando tempo suficiente pra escapar, mas é claro que já é tarde demais para isso. Quando sinto o toque de sua boca já é tarde demais para qualquer coisa, para correr, para pensar, para tudo que não seja sentir aquela boca na minha. E sinto, oh como sinto, sinto minhas pernas fraquejarem, sinto todo o meu corpo pegar fogo, sinto meu coração querendo sair pela boca e passar para ele, afinal qual é a diferença? Meu coração já é dele mesmo.
- Kate...
- Hum?
Sinto dificuldades em colocar em ordem qualquer coisa na minha cabeça, neste exato momento.
- Você vai ficar?
Ele diz isso sinto olhando para mim, com aquele seu olhar, aquele que se ele pedisse pra alguém se jogar de uma ponte, ela não negaria absolutamente. Isso vem junto com aquele seu leve sorriso, de quem ri de alguma piada interna. E depois pra piorar a situação arrasta sua mão para debaixo da minha blusa, me impedindo de negar qualquer coisa, definitivamente.
Eu não respondo, pego sua mão e o levo pra dentro de casa.
Deixe que o destino decida por nós.
-T.


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